Cine África no Sesc #6 - "Rosas Venenosas"
Assista esta semana o longa-metragem de Ahmed Fawzi Saleh (Egito, 2018). E confira dicas de dois festivais online que exibem filmes africanos a partir desta semana.
Olá, pessoal!
Mais uma vez este e-mail chega atrasado… Enquanto cuidamos da programação e divulgação das nossas sessões semanais, além das aulas do curso sobre cinemas africanos que alguns de vocês estão acompanhando, estamos totalmente focadas na edição do nosso e-book que será lançado em dezembro e está ficando super lindo. Entre traduções, edições e revisões, fica difícil manter o envio dos e-mails em dia, mas cá estamos!
O filme deste semana é um título muito especial, não só por representar o cinema independente do Egito - país com uma das maiores indústrias de filmes massivos do continente, também uma das mais antigas - mas por contar uma história de amor entre irmãos de maneira muito bonita e totalmente destituída de obviedades. “Rosas Venenosas” já foi exibido no Brasil, mas decidimos resgatá-lo por merecer ser visto por milhares de pessoas no formato online.
Por falar nisso, temos tido uma média de 8mil visualizações dos nossos filmes cada semana, UAU! São números incríveis e que nos motivam a seguir empurrando a Mostra de Cinemas Africanos pra frente :) Obrigada a vocês!
A entrevista com o diretor Fawzi Saleh está em um formato diferente das outras. Por não se sentir à vontade para conversar em inglês, Fawzi pediu para gravar as respostas em árabe. Graças ao apoio da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, nossa parceira desde o ano passado, conseguimos que as respostas fossem traduzidas direto do árabe para o português!
Lembrando que o link para ver os filmes e as entrevistas é:
Todas as entrevistas estão sendo arquivadas neste link, mas também estão disponíveis no canal do CineSesc no YouTube e como playlist no canal do Cine África. Acreditamos que este é um material riquíssimo para consulta e pesquisa, já que ouvir os realizadores africanos sobre suas próprias obras - e tudo legendado em português - é realmente um privilégio.
Lembramos que os nossos filmes sempre estreiam às quintas-feiras e ficam disponíveis até as quartas. Não deixem pra ver de última hora!
Esta semana começam dois festivais importantes e que têm muitos filmes africanos na programação. Vamos aproveitar que os dois acontecem online e assistir mais filmes da África em 2020! Com certeza para muitos de vocês esse terá sido o ano no qual vocês mais viram filmes africanos na vida :)
O primeiro festival é a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A Mostra sempre exibe filmes africanos, mas este ano nos surpreenderam com a quantidade grande de títulos, todos relevantes em termos de trajetórias em festivais. Muitos deles iríamos trazer para o Brasil na nossa edição presencial que acabou sendo cancelada - e devemos recuperá-los ano que vem por acreditarmos que são filmes que merecem muito a tela grande do CineSesc - mas estamos felizes que o público brasileiro poderá desfrutar dessas narrativas lindíssimas. Vamos listar aqui os filmes africanos na programação da Mostra, com comentários breves de Ana Camila sobre os filmes que ela já viu, e no site deles vocês encontram as informações sobre como assistir.
IMPEDIMENTO EM CARTUM / KHARTOUM OFFSIDE, de Marwa Zein (SUDÃO, NORUEGA, DINAMARCA) — Filme da safra de “renascimento” do cinema no Sudão, esse documentário tem muito interesse por revelar um contexto de insurgência de mulheres sudaneses apaixonadas por futebol em um contexto proibitivo. Para quem anda acompanhando o cinema sudanês, esse doc é imperdível.
ISSO NÃO É UM ENTERRO, É UMA RESSURREIÇÃO / THIS IS NOT A BURIAL, IT`S A RESURRECTION, de Lemohang Jeremiah Mosese (LESOTO, ÁFRICA DO SUL, ITÁLIA) — Absolutamente imperdível, esse filme do Lesoto com produção da África do Sul é um dos filmes mais bonitos que vocês verão este ano. Tem sido destaque em diversos festivais no mundo este ano, e com certeza merece uma tela melhor do que as dos nossos computadores e TVs, mas não deixem de ver!
NOSSA SENHORA DO NILO / OUR LADY OF THE NILE, de Atiq Rahimi (FRANÇA, BÉLGICA, RUANDA) — Destaque ano passado no Festival de Toronto e este no no de Berlim, esse filme tem uma narrativa super clássica, mas apresenta uma perspectiva interessante sobre a guerra entre os hutus e os tutsis a partir do conflito entre estudantes de elite em Ruanda. O filme é dirigido pelo afegão Atiq Rahimi e é baseado no romance homônimo de Scholastique Mukasonga.
POPPIE NONGENA / POPPIE NONGENA, de Christiaan Olwagen (ÁFRICA DO SUL) — Baseado no “The Long Journey of Poppie Nongena”, de Elsa Joubert, o longa é uma super produção local e mais um filme da África do Sul que se dedica a refletir sobre o apartheid - aqui neste caso a partir da trajetória da personagem título. Um filme “correto”, mas muito instigante para se pensar o Levante de Soweto e todos os contextos do apartheid.
EYIMOFE (ESTE É MEU DESEJO) / EYIMOFE (THIS IS MY DESIRE), de Arie Esiri e Chuko Esiri (NIGÉRIA) — Outro filme imperdível, uma pérola do novíssimo cinema autoral da Nigéria, um filme como nunca antes visto no país. Estreou na Berlinale de 2020 e tem circulado por alguns festivais. As histórias que se cruzam de nigerianos que sonham em voar para fora do continente são contadas com muita delicadeza e com uma fotografia fabulosa. Não deixem de ver por nada.
FAREWELL AMOR, de Ekwa Msangi (EUA) — A produção é dos EUA, onde vive hoje a realizadora nascida na Tanzânia e por muito anos residente no Quênia: Ekwa Msangi. Sou fã do trabalho dela, em 2018 apresentamos uma sessão com os seus curtas, e este é o seu primeiro longa, desdobramento do curta “Farewell, meu amor”. O filme estreou em Sundance este ano e conta a história de um casal que se reúne nos Estados Unidos 17 anos depois que o marido saiu de Angola para morar lá. Os estranhamentos e conflitos que surgem dessa reunião são o mote deste filme tão sensível.
LUXOR, de Zeina Durra (EGITO, REINO UNIDO) - não vi!
ZANKA CONTACT, de Ismaël El Iraki (FRANÇA, MARROCOS, BÉLGICA) - não vi!
Outro festival importante que começa esta semana é o Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, que este ano celebra sua 13ª edição. Com foco no cinema negro do Brasil, África, Caribe e outras diásporas, o festival é uma das plataformas que mais exibe filmes africanos no Brasil. Nessa edição online, todos os filmes serão exibidos gratuitamente! Não dá pra perder.
Copiamos aqui a lista dos filmes africanos, entre longas e curtas-metragens selecionados, que vocês podem conferir na programação do festival, que acontece entre os dias 21 e 30 e outubro. Existem outros filmes que não estão no site, mas foram anunciados nas redes sociais, como “Talking About Trees”, do Sudão, e “Baamum Nafi”, do Senegal - então acompanhem por lá que tem muita coisa incrível!
TAB de Hlumela Matika (África do Sul)
NOT IN MY NEIGHBOURHOOD de Kurt Orderson (África do Sul)
A NEW COUNTRY de Sifiso Khanyile (África do Sul)
BABLINGA de Fabien DAO (Burkina Faso)
BALOLÉ, THE GOLDEN WOLF de Aïcha Chloé BORO (Burkina Faso)
E'VILLE de Nelson MAKENGO (Congo)
UP AT NIGHT de Nelson MAKENGO (Congo)
FROM PATRICE TO LUMUMBA de Patrick Kabeya (Congo)
I'M LIVING IN GHANA GET ME OUT OF HERE! de Comfort Arthur (Ghana)
AYEW de Zenock Gyimah- Amponsah e Selase Kove Seyram (Ghana)
VAGABONDS de Amartei Armar (Ghana)
TITHES & OFFERING de Tony KOROS (Kenya)
INVISIBLES (KAUNAPAWA) de Joel Haikali (Namibia)
ORANGE CITY de Somto Ajuluchukwu (Nigeria)
IN THE DARK de Alameen e Xiomara Rendon (Nigeria)
GANJA de Ndiaye Amath (Senegal)
THE WINDOW'S MUSE de Mamadou Diop (Senegal)
GOLDEN FISH, AFRICAN FISH de Thomas Grand e Moussa Diop (Senegal)
UFA! Muitos filmes africanos pra ver, não percam a chance! E, claro, continuem acompanhando nossa programação semanal, um filminho por semana, que é pra dar tempo de vocês assistirem tudo com calma :) Ainda tem muito filme até o final do ano!
Um abraço a tods vocês e até breve!
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